SINDILOJAS QUER APROVEITAR PANDEMIA PARA LIQUIDAR COM DIREITOS DOS COMERCIÁRIOS
A segunda reunião de negociação da campanha salarial deste ano entre o Sindicomerciários Caxias, que representa os trabalhadores e o setor patronal de lojas (Sindilojas), ocorrida na manhã desta quarta-feira, 15, por meio virtual, trouxe uma grave preocupação para a categoria e uma grande frustração: os patrões das lojas revelaram-se insensíveis ao momento e com uma postura muito negativa na reunião. Aproveitando-se da fragilidade vivida na pandemia, sinalizaram com uma intenção regressiva em relação aos direitos: querem retirar da Convenção Coletiva conquistas históricas dos comerciários e comerciárias, como auxílio-creche, quinquênios, triênios e bonificação por trabalhos em domingos e feriados.
Para o presidente do Sindicomerciários, Nilvo Riboldi Filho, a postura do Sindilojas na negociação fugiu muito do esperado neste momento, que exige entendimento, empatia e união de forças para proteger o setor do comércio. “Para isso, é fundamental a preservação dos direitos da categoria, dos empregos e a recuperação da renda. Os comerciários e as comerciárias não são números, são pessoas, que têm suas famílias e que se arriscam diariamente ao sair de casa para trabalhar no comércio em meio à pandemia. Não podemos aceitar uma postura dessas dos patrões: liquidar com os nossos direitos nesse período de fragilidade é impensável, vamos unir a categoria e lutar contra essa visão pequena e incompatível com a gravidade do momento”. E acrescentou um questionamento à categoria: “você, comerciário e comerciária, que está arriscando sua vida para trabalhar, porque precisa, nesse momento da pandemia: como se sente diante dessa posição dos patrões?”. Para Nilvo, essa postura é uma afronta à categoria.
Nilvo citou os esforços que o Sindicomerciários vem fazendo em busca de entendimento com o setor patronal para a proteção da categoria e do setor. “Desde o início dessa doença, nossas prioridades tem sido a DEFESA DA VIDA, a PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA CONVENÇÃO COLETIVA, dos EMPREGOS e da RENDA, além da preservação das empresas. Neste sentido criamos e estamos fazendo a campanha Compre no Comércio Local, que é, exatamente, para fortalecer o comércio de Caxias e região e preservar empregos”, disse.
OS DIREITOS DA CATEGORIA COMERCIÁRIA SÃO SAGRADOS
A proposta que o Sindicomerciários fez ao Sindilojas foi a prorrogação da Convenção Coletiva por 120 dias, para que, passando o pior momento da pandemia de Coronavírus, possam ser retomadas as negociações.
Para Guiomar vidor, presidente da CTB-RS e da Fecosul, “os trabalhadores já ganham pouco, retirar direitos como o auxílio creche é um ato de crueldade, desumanidade. Uma comerciária não tem como pagar uma creche sem ajuda. Como a trabalhadora irá trabalhar sem saber que seus filhos estão sendo cuidados, em segurança?” Para Vidor, “precisamos de uma proposta que seja construída para que nenhum dos lados saia perdendo, garantindo o emprego e a renda”, finalizou.
O Sindicomerciários também colocou na mesa a necessidade de testagem como forma de identificar e isolar focos da doença, e medidas protetivas de distanciamento e disponibilidade de EPIs. “Para nós, a proteção da vida é essencial”, finalizou Nilvo.
PRÓXIMA REUNIÃO
A próxima reunião de negociação com o Sindilojas será no dia 23 de julho. Até lá, a direção do Sindicomerciários Caxias espera que o setor patronal de lojas mude sua postura, considerada absolutamente inadequada e indigna para um momento tão difícil como o que estamos todos vivendo.