Sindicomerciários lança Campanha Salarial 2022 contra as perdas salariais causadas pela inflação
O Sindicomerciários Caxias inicia nesta quarta-feira, 29 de junho, a Campanha Salarial 2022, com o slogan “Xô inflação, a resposta é a nossa união: 15% já”. A campanha deste ano além de lutar pela renovação das clausulas sócias da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), formada por mais de 80 direitos dos comerciários e comerciárias que as leis trabalhistas não garantem, como auxílio-creche, quinquênios e triênios, e do reajuste dos salários, busca fazer um alerta sobre os retrocessos sofridos nos últimos anos e o descontrole da economia e da inflação, que está corroendo o poder de compra dos trabalhadores.
LUTA PELAS PERDAS SALARIAIS E RENOVAÇÃO DOS DIREITOS
O presidente do Sindicomerciários Caxias, Nilvo Riboldi Filho, explica que “embora a data base da categoria seja 01 de julho, mesmo sem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deste ano fechado, iniciamos as reuniões com os trabalhadores e representantes dos patrões para debater sobre alternativas e explicar a situação dramática em que os trabalhadores e suas famílias se encontram”. Nilvo lembra que os trabalhadores estão perdendo seu poder de compra, deixando até de comer por causa dos aumentos descontrolados de todos os produtos, “De 2019 para 2022 o aumento de preços do grupo de alimentos essenciais para o brasileiro foi de 48,3%,o dobro da inflação oficial acumulada no mesmo período, que foi de 21,5%. O óleo de soja está 153% mais caro; o café aumentou 88%, a carne bovina, 75%; gasolina, 170%; diesel, 203%; gás de cozinha,119%”, exemplifica. “O Salário Mínimo não consegue comprar nem mesmo uma cesta básica!”, lamenta o presidente da entidade. “Vamos para rua sim, e para mesa de negociação pedir 15%, porque não podemos continuar desta maneira, os comerciários e comerciários foram uma das categorias que mais estiveram na frente de batalha durante a pandemia, merecemos respeito, valorização, dignidade!”.
A vice-presidente do Sindicomerciários, Ivanir Perrone, acrescenta que “além de lutarmos juntos por um salário digno, também defendemos a manutenção e ampliação dos nossos direitos da Convenção Coletiva de Trabalho. Direitos como o auxílio-creche, triênios e quinquênios, quebra de caixa, adicional de horas extras e bonificação pelo trabalho aos domingos e feriados não caíram do céu. Dependem na nossa luta e da nossa união”. Ivanir explica que, tudo isso que foi conquistado pelo Sindicato, ano após ano, precisa ser novamente negociado junto aos patrões. “No entanto, são direitos sobre os quais não abrimos mão. Podemos melhorá-los e ampliá-los, nunca perdê-los ou diminuí-los”, conclui.
TRABALHADORES CONTRA O RETROCESSO
Guiomar Vidor, presidente da Fecosul e CTB-RS, que fez um apanhado da situação política e econômica do país durante a última assembleia da categoria, realizada na noite da última quinta-feira, 23 de junho, destacou que “são várias frentes que estamos lutando para reverter os efeitos dos retrocessos gerados pelos efeitos da agenda regressiva implantada no país após o golpe que levou ao poder o Temer e o atual presidente. Uma agenda que incluiu a retirada de mais de 100 direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”. Uma das frentes destacadas por Guiomar é a campanha pela revogação da reforma Trabalhista (#REVOGAJÁ), outra é a luta pelo Salário Mínimo Regional e, as negociações das Convenções Coletivas para garantir os direitos e as perdas salariais”. Vidor lamenta que “em apenas três anos, triplicamos o número de brasileiros em situação de miséria, de 11, fomos pra 33 milhões”! As “ditas reformas, não geraram nenhum emprego como prometido, pelo contrário, o que vemos é desemprego record, subemprego, precarização e a volta da fome! Precisamos dar um basta a essa situação. Reconstruir esse país, os trabalhadores não aguentam mais essa realidade onde um litro de leite custa mais de R$ 7 reais. O que fizeram foi tirar a comida, a esperança e a dignidade do trabalhador. Isso é revoltante!”
Nilvo, presidente da entidade, também destacou na assembleia com os comerciários e comerciárias que “não basta só sabermos o índice, precisamos que os trabalhadores tenham o entendimento de como é calculada a inflação. Quais os motivos que fazem irmos em tão pouco tempo, anos, de 2, 3, 9, a 11%? O que está acontecendo em nosso país!” O INPC oficial da categoria só sairá no início de julho mas, a Campanha Salarial “Xô inflação, a resposta é a nossa união: 15% já” já está nas ruas, com material sendo entregue aos trabalhadores.
O Sindicomerciários Caxias representa quase 20 mil trabalhadores e trabalhadoras do comércio de Caxias do Sul, Flores da Cunha, São Marcos e Nova Pádua. Ao todo, são negociadas dez CCTs: mercados, lojas, farmácias, atacados, atacados de álcool e bebidas, atacados de madeiras, funerários, peças, siderúrgicas e concessionárias.