REUNIÃO NA PRESIDÊNCIA DA ASSEMBLEIA DISCUTE REAJUSTE DO SALÁRIO MÍNIMO DO RS
Ocorrida na manhã desta quarta-feira, 16, reunião chamada pelo presidente da Assembleia Legislativa do RS, deputado Valdeci Oliveira (PT), tratou dos encaminhamentos da pauta de reajuste do Salário Mínimo Regional do RS, o “piso regional”, para este ano. A reunião contou com a presença do Fórum das Centrais Sindicais, de representantes dos empresários e do parlamento.
Para os representantes dos trabalhadores e trabalhadoras, é urgente repassar a inflação do último ano, 10,60%, mais os 4,5% de reajuste não concedido em 2020, totalizando um índice de 15,58%.
O presidente da ALERGS disse que o objetivo desse encontro foi de aproximar os segmentos envolvidos na discussão e viabilizar uma mesa de negociações para que se possa construir um consenso.
POR UMA POLÍTICA PERMANENTE DE VALORIZAÇÃO
O presidente da CTB RS, Guiomar Vidor, apresentou a pauta das Centrais Sindicais, defendeu a construção de uma política permanente de valorização do piso regional. “A CTB e o Fórum das Centrais Sindicais defende a criação de uma política permanente de valorização do piso regional. Como funcionaria? haveria a reposição automática das perdas com a inflação e índices acima desse patamar, que poderiam ser concedidos conforme o desempenho da nossa economia, seriam negociados em fórum tripartite: entre governo, trabalhadores e empresários”, propôs.
O Deputado Fernando Mainardi (PT), fez referência ao projeto que tramita na ALERGS para estabelecer a politica permanente de reajustes, e defendeu sua importância para economia e distribuição de renda, sobretudo aos mais pobres.
EMPRESÁRIOS
A representação dos empresários, no entanto, fez questão de bater na sua já conhecida e velha tese de que o piso regional seria prejudicial à competitividade do estado e que não ajudaria a gerar empregos.
O vice-presidente da Fecomércio, André Roncato, disse que a entidade defende a extinção do salário mínimo regional. Ele estava ao lado do vice-presidente da Federasul, Rafael Goelzer, e do diretor da Fiergs, Guilherme Scozziero Neto.
Para Vidor, tal argumento é desprovido de realidade e contraria a história do piso regional no RS, que existe desde 2001 e não gerou desemprego. “É claro que não prejudica a competitividade. Santa Catarina e Paraná, estados da Região Sul com características socioeconômicas semelhantes as do Rio Grande do Sul reajustaram os seus salários mínimos estaduais entre 2020 e 2022, cumulativamente, em 22,3% e 23,7% respectivamente. Lá não houve desemprego e os índices de crescimento econômico estaduais são inequívocos. Aqui no RS, no entanto, o piso regional teve um reajuste de apenas 5,53%”, informou.
E acrescentou: “rebaixar a massa salarial no Estado em detrimento do sofrimento das famílias por conta dos efeitos da pandemia e diante do assustador aumento de preços dos alimentos da cesta básica, do gás e da energia elétrica é desumano.” Somente nos últimos dois anos estes ítens cumulam altas de 34,9%, 46,2% e 49,2% respectivamente, segundo pesquisa do DIEESE.
MAIS DE 1,5 MILHÃO DE FAMÍLIAS
O piso regional atende mais de 1,5 milhão de trabalhadores gaúchos dos segmentos mais vulneráveis presentes em setores e regiões em que a organização sindical tem menor alcance. São as domésticas, os assalariados rurais, motoboys, trabalhadores da saúde, indústria, do comércio e dos serviços que dependem do piso do RS para ter a melhora na sua renda e de suas famílias.
“A valorização do Salário Mínimo do RS, o “piso regional” é fundamental para combater as desigualdades, melhorar a renda do trabalho e o ampliar o consumo, isto faz a roda da economia girar. É bom para todos, e ajuda na superação da crise gerada pela pandemia!”, completou vidor.
Por sugestão do presidente da ALERGS, ficou agendada uma próxima reunião entre as partes para o próximo dia 30 de março às 10h na sala da presidência.
Fonte: CTB-RS