Quem paga o pato? Tarifaço de Temer nos combustíveis e na conta de luz
Para insuflar o golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, a direita conservadora usava o preço da gasolina e da conta de luz como supostas demostrações de que o governo não tinha condições de se manter no poder.
A campanha “Não vou pagar o pato”, financiada pela Federação das Indústrias de São Paulo, presidida pro Paulo Skaf (PMDB), bancou anúncios publicitários na mídia e mobilizou em defesa do golpe. Agora, com Michel Temer no poder, o tarifaço corre solto e quem está pagando o pato?
Nesta sexta-feira (29), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a bandeira tarifária das contas de luz em outubro será a vermelha patamar 2. Apesar disso, o MBL e outros grupos, que não podem nem ouvir falar em vermelho, não ocuparam a praça pública para queimar a bandeira.
A tarifa é a mais cara do modelo e representa a cobrança de taxa extra de R$ 3,50 a cada 100 Quilowatt-hora (kWh) consumidos.
Segundo o diretor-presidente da Aneel, Romeu Rufino, a decisão foi tomada devido à baixa vazão das hidrelétricas, porque as chuvas em setembro ficaram abaixo da média.
Porém, Rufino disse que não há risco para o abastecimento de eletricidade. A tarifa para o aumento da tarifa é a necessidade de operar mais usinas térmicas, cujo custo de produção da energia é mais alto que a da produzida nas hidrelétricas.
O preço da gasolina subiu 0,13 por cento nesta semana, para uma média de 3,884 reais por litro no Brasil, nova máxima histórica no país, segundo série histórica da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) iniciada em 2013.
Na semana passada, a gasolina vendida nos postos havia subido para 3,879 reais por litro (média do país), valor superado por pouco nesta semana.
Os preços dos combustíveis seguem a alta. Sob o governo Temer a Petrobras adotou uma nova política de ajustes que são quase que diários, e ninguém viu o pato da Fiesp inflado na Avenida Paulista.
O preço do diesel e da gasolina cobrado ao consumidor pelo litro de gasolina subiu mais uma nesta semana, segundo informações divulgadas pela Agência Nacional do Petróleo, sendo o sétimo aumento seguido neste ano.
O valor médio por litro passou de R$ 3,879 para R$ 3,884, um aumento de 0,12%. O preço do diesel também subiu nesta semana. A alta foi de 0,75%, de R$ 3,177 por litro, em média, para R$ 3,201. O valor do combustível foi reajustado nas refinarias em 2,21%. A alta do etanol foi de 0,49%, saindo de R$ 2,624 por litro para R$ 2,637.
Imposto
A audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados apontou que a variação nas alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é a responsável pela diferença de preço nas bombas de gasolina, álcool e diesel.
Segundo representantes da Petrobras, a estatal é responsável por 27% do preço final da gasolina e por 48% do preço final do diesel. “O restante corresponde a custos, impostos e margens de lucro”, disse o gerente geral de Marketing e Comercialização da Petrobras, Flávio Araújo na audiência que debateu os aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis.
O representante das empresas disse que o problema não está na margem de lucro e emburrou a culpa do aumento para o governo. De acordo com o vice-presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes, José Camargo Hernandes, o ICMS é um fator relevante na análise das diferenças de preços dos combustíveis.
“Na gasolina, nós temos, no Norte, uma média de 26% de alíquota de ICMS; no Nordeste, 29%; no Centro-Oeste, 27%; no Sudeste, 29%; e no Sul, 28%. Lembrando que cada Estado decide qual é a alíquota de ICMS que irá aplicar em cada derivado de petróleo”, disse.
Enquanto isso, o consumidor, ou seja, a população vai pagando o pato do golpe.
Do Portal Vermelho