Privatização da Cemig representa um duro golpe à soberania nacional
“A privatização da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) representa um duro golpe à soberania nacional”, afirmou o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, ao comentar o resultado do leilão, ocorrido na manhã desta quarta-feira (27), que deu início ao processo de privatização do setor elétrico brasileiro.
O dirigente ainda destacou que “o leilão das 4 usinas da Cemig não só entrega de bandeja parte do patrimônio energético brasileiro às empresas multinacionais, ele ataca frontalmente os interesses do nosso povo e o patrimônio nacional”.
Atualmente, a Cemig é responsável por 50% do parque gerador de energia elétrica instalado no estado de Minas Gerais.
Na mesma linha, a presidenta da CTB Minas Gerais, Valéria Morato, afirmou que a gestão Temer “está a serviço do grande capital especulativo e para entregar o nosso país. E entregar inteiro. A prática nem é do estado mínimo, é do estado nenhum, nenhum estado para os pobres e para os trabalhadores. O povo continuará pagando os impostos e esses não serão beneficiados com nada do estado”.
Gestão entreguista
O processo encabeçado pela gestão entreguista de Michel Temer entregou as 4 usinas a empresas compradoras de origem chinesa, francesa e italiana, que terão livre margem de ação para amortizar seus investimentos com aumentos de tarifas, penalizando os consumidores do estado.
Os chineses da Spic Pacific Energy PTY arremataram São Simão por R$ 7,18 bilhões, em lance único, ágio de 6,51%. A Engie arrematou a usina de Jaguara por R$ 2,171 bilhões, ágio de 13,59%, e a de Miranda por R$ 1,36 bilhão, ágio de 22,42%. A Enel levou a usina de Volta Grande por R$ 1,419 bilhão, ágio de 9,84%.
Resistência em defesa da Cemig
Em nota, o Bloco Minas Melhor, no qual a CTB Minas Gerais faz parte, emitiu nota de repúdio denunciando que a venda da estatal é um verdadeiro golpe contra o patrimônio nacional. Leia a íntegra da nota:
Venda de usinas da Cemig atenta contra os interesses da população mineira
A privatização de quatro usinas da Cemig, responsáveis por 50% do parque gerador de energia elétrica instalado no estado de Minas Gerais, representa um duro golpe à soberania nacional, aos interesses estratégicos do país e uma afronta ao povo mineiro.
As empresas compradoras tem como países de origem a China, a França e a Itália. São empresas estatais ou para-estatais. Que agora buscarão amortizar seus investimentos com aumentos de tarifas, penalizando os consumidores do estado.
Minas Gerais tentou resistir ao rolo compressor do ilegítimo governo Temer. Empresários, entidades sindicais representantes dos trabalhadores, movimentos sociais, universidades, o Governo mineiro, a Assembleia Legislativa e setores da bancada de deputados federais do estado, em uma unidade social inédita, buscaram impedir mais essa insanidade, por meio da Frente Mineira em Defesa da Cemig.
O erro começa no passado, quando o governo tucano não aderiu à MP 579/2012, que garantiria a renovação das concessões por mais 20 anos, conforme proposta pela presidenta Dilma Rousseff.
Agora, Temer – aplicando o programa da então candidatura derrotada de Aécio Neves – vende, a preço de banana, quatro usinas estrutrurais na produção de energia.
Em todo o planeta, a água e seu uso potencial é tratado de forma estratégica, visando preservar interesses nacionais de cada país.
Paradoxalmente, o Brasil entrega patrimônio público, altamente valorizado, para empresas estatais da China, da França e da Itália.
O Bloco Minas Melhor registra sua indignação e reitera o compromisso de buscar todas maneiras possíveis para evitar a consolidação dessa privatização. E para o esclarecimento do povo brasileiro sobre o significado disso tudo.
Fonte: Portal CTB