Ao chegar a 250 mil óbitos por covid, média de mortes atual é recorde
País contabilizou 10.324.463 casos e 249.957 óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia, segundo dados oficiais. Média móvel de óbitos diários está acima de mil há 35 dias.
por Cezar Xavier – www.vermelho.org.br
O país registrou 1.428 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 249.957 óbitos acumulados desde o começo da pandemia, segundo o Ministério da Saúde, e 250.079 segundo o levantamento do consórcio da imprensa, diretamente com as Secretárias estaduais de Saúde.
Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 1.129, a maior registrada desde o início da pandemia. A maior média, até então, era de 1.105 no dia 14 de fevereiro passado e 1.097 no dia 25 de julho.
Já são 35 dias com essa média acima da marca de mil, mostrando que o momento atual é um dos piores de toda a pandemia, pois, nos piores momentos da pandemia entre junho e agosto, não houve um período tão longo. A variação foi de +5% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de estabilidade nos óbitos pela doença no alto do pico da pandemia.
O número de mortes cresceu mais de 30% nos últimos dois meses, mostrando uma explosão de registros depois das aglomerações das festas de fim de ano e do Carnaval. Nesse período, também surgiu uma nova variante do vírus, mais transmissível, em Manaus.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), diversos países tiveram queda importante nos novos casos e mortes na última semana. Mas o Brasil não acompanha esse ritmo. De acordo com o Imperial College de Londres, a taxa Rt, que indica níveis de disseminação do vírus, evoluiu para 1,05, o que significa avanço sem controle.
Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 10.324.463 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 66.588 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos sete dias foi de 49.533 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de +9% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de estabilidade também nos diagnósticos.
Seis foram os estados com tendência de queda e sete mais o Distrito Federal em situação de estabilidade. Treze estados estão com alta nas mortes: PR, RS, SC, GO, AC, PA, RO, BA, CE, MA, PB, PI e RN.
Das regiões, apenas o Norte teve queda (-19%) após dias seguidos em estabilidade. Já Nordeste (36%) e Sul (44%) tiveram aceleração. Centro-Oeste (2%) e Sudeste (-4%) se mantiveram estáveis.
Vacinação
O Brasil superou hoje (24) a marca dos 6,1 milhões de pessoas imunizadas ao menos com a primeira dose das vacinas contra a covid-19. Ainda assim, o número corresponde a apenas 2,92% da população brasileira.
Nas últimas 24 horas, 92.089 pessoas receberam a primeira dose da vacina, com isso o país imunizou 6.179.900 brasileiros neste primeiro momento. Em outras campanhas de vacinação, o país vacinava cerca de um milhão de brasileiros por dia.
Já a segunda dose foi aplicada em 154.951 habitantes do país de ontem para hoje. Sendo assim, 1.584.569 brasileiros foram completamente imunizados contra a doença, o que representa 0,75% da população.
Alguns estados brasileiros vêm tendo problemas com a continuidade da vacinação devido a falta dos imunizantes, e capitais como Rio de Janeiro, Salvador e Cuiabá anunciaram a paralisação da primeira dose da vacinação.
País em colapso
Em janeiro, em Manaus, pessoas morreram sufocadas, sem oxigênio. Na semana passada, Araraquara (SP) e cidades próximas decretaram lockdown, e Porto Alegre foi classificada como altíssimo risco pela primeira vez. Nesta semana, Uberlândia (MG) e a Paraíba implantaram toque de recolher, Natal restringiu horário de bares e restaurantes e o governo de São Paulo anunciou blitze para reduzir a circulação de pessoas.
Enquanto isso, nem 3% da população foi vacinada, na campanha que começou em 17 de janeiro, mas foi interrompida em alguns municípios por falta de imunizantes —inclusive no Rio de Janeiro, cidade brasileira com mais mortes pelo vírus.