• 23 de novembro de 2024

Crescimento das vendas no comércio reforçam necessidade de manter auxílio de R$ 600

 Crescimento das vendas no comércio reforçam necessidade de manter auxílio de R$ 600

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As vendas no comércio registraram em agosto a quarta alta consecutiva. Com isto, o ramo superou em 8,9% o patamar de fevereiro, praticamente eliminando os efeitos da pandemia, embora o índice acumulado no ano ainda registre queda de 0,9%.

Na opinião do presidente da CTB, Adilson Araújo, “o bom comportamento do consumo estimula a produção da indústria e da agropecuária e está associado ao auxílio emergencial de R$ 600,00. Indica a necessidade de mantê-lo para socorrer os trabalhadores e trabalhadoras mais vulneráveis, evitar o definhamento do mercado interno e garantir a recuperação da economia e do mercado de trabalho”.

Caso prevaleça a redução do valor do benefício, definida por Bolsonaro através da MP 1000/2020, deve-se esperar o aumento da miséria, a redução do consumo e, por consequência, o agravamento da crise econômica, segundo o presidente da CTB.

“Por esta razão, a CTB e as centrais sindicais estão em campanha, com apoio da oposição parlamentar, para que o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, coloque na ordem do dia a votação da medida, que a bancada governista quer evitar”, complementou Araújo.

Leia abaixo a notícia do IBGE:

O comércio varejista cresceu 3,4%, em agosto, na comparação com julho, a quarta alta mensal seguida, após quedas influenciadas pela pandemia em março e abril. Com o resultado, o setor atinge o maior patamar de vendas desde 2000, ficando 2,6% acima do recorde anterior, de outubro de 2014. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (8) pelo IBGE.

Na comparação com agosto de 2019, o comércio cresceu 6,1%, terceiro resultado positivo consecutivo. No acumulado do ano, o setor registrou menor ritmo de queda (-0,9%), enquanto nos últimos 12 meses, acumula crescimento de 0,5%, após três meses de estabilidade.

“O varejo em abril teve o pior momento, com o indicador se situando 18,7% abaixo do nível de fevereiro, período pré-pandemia. Esses números foram sendo rebatidos nos meses seguintes, até que em agosto o setor ficou 8,2% acima de fevereiro”, explica o gerente da PMC, Cristiano Santos.

Cinco das 8 atividades pesquisadas tiveram alta na passagem de julho para agosto. Entre as que apresentaram maior crescimento estão tecidos, vestuário e calçados (30,5%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (10,4%), móveis e eletrodomésticos (4,6%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,5%) e combustíveis e lubrificantes (1,3%).

O gerente da pesquisa diz ainda que fatores como o aumento da renda devido ao auxílio emergencial e a alta dos preços também têm influenciado o desempenho do varejo, especialmente o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que recuou 2,2% de julho para agosto, impactado pela inflação dos alimentos.

“Os produtos de supermercados têm uma elasticidade alta, um arroz mais caro é substituído por outro mais barato, mas o consumidor continua comprando. Os supermercados continuam próximos da margem, mesmo em queda, não sentem tanta diferença quanto em outras atividades”, explica Santos, complementando que o crescimento nas vendas de móveis e eletrodomésticos pode ser consequência da renda extra do auxílio emergencial, utilizada pelas famílias para reposição de produtos antigos.

Os demais setores em queda foram artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,2%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-24,7%).

Varejo ampliando tem alta de 4,6% em agosto

O volume de vendas do comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, teve alta de 4,6% em relação a julho, reduzindo o ritmo de crescimento com relação ao mês anterior (7,1%). Veículos, motos, partes e peças cresceu 8,8% e material de construção registrou aumento de 3,6%, ambos, respectivamente, após 12,3% e 5,9% registrados no mês anterior.

Frente a agosto de 2019, houve aumento de 3,9%, segunda taxa positiva consecutiva. No acumulado do ano, o varejo ampliado soma recuo de 5%. O acumulado em 12 meses, ao passar de -1,9% até julho para -1,7% até agosto, também apontou leve melhora no ritmo de venda.

Resultados bimestrais têm altas recordes

O comércio varejista cresceu 11,3% no quarto bimestre de 2020 em relação ao bimestre anterior, a segunda alta consecutiva, e a mais elevada de toda a série histórica para essa comparação. A alta 11,3% no acumulado de julho e agosto, superou os 6,9% registrado nos dois meses anteriores, ultrapassando, inclusive, em termos de magnitude, o resultado de -10,3% de março e abril, auge do isolamento social.

Todas as atividades, à exceção de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,0%), registraram alta para esta comparação: combustíveis e lubrificantes (9,7%), tecidos, vestuário e calçados (78,6%), móveis e eletrodomésticos (21,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (10,5%), livros, jornais, revistas e papelaria (37,7%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (22,2%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (25,3%).

O comércio varejista ampliado também registrou o segundo bimestre de alta, de 15,6%, recorde da série histórica, embora não tenha sido maior, em termos de magnitude, que os -21,5% registrado no segundo bimestre de 2020. Em termos setoriais, tanto veículos e motos, partes e peças (31,9%) quanto material de construção (13,8%) tiveram crescimento por dois bimestres consecutivos.

Crescimento nas 25 das 27 unidades da federação

O volume de vendas do varejo foi positivo em 25 das 27 unidades da federação, com destaque para Acre (15,6%), Rondônia (12,8%) e Amapá (12,1%). Pressionando negativamente estão Tocantins (-2,4%) e Rio Grande do Sul (-0,2%). No comércio varejista ampliado, também houve predomínio de resultados positivos registrado em 26 das 27 unidades da federação, com destaque para Piauí (20,2%), Acre (12,6%) e Sergipe (9,6%). O destaque negativo ficou para Roraima (-1,4%).

Fonte: ctb.org.br

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