Mulheres por democracia, soberania, contra as reformas e pelo fim da violência
No 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é comum vermos mulheres serem homenageadas, receberem flores, mensagens clichês. A televisão apresenta histórias que evidenciam o quanto são batalhadoras, merecedoras de respeito, heroínas. Pouco falam da assustadora realidade que ainda as ronda, da violência dentro e fora de suas casas, das desigualdades no mundo do trabalho, da pobreza, dos padrões de corpo e comportamento impostos. As mulheres gritam alto para superar a condição desigual que vivem – que as adoece, as mata e precariza seu trabalho. É preciso mais solidariedade, justiça, novas formas de relação com o mundo e com a natureza.
Nós, mulheres organizadas, questionamos a violência, o machismo, o racismo a lesbofobia, combatemos os vampiros neoliberais que exploram a vida e a natureza. Reivindicamos direitos, estudamos e agimos no meio em que atuamos. Propomos novas relações sociais e de gênero. Uma nova sociedade.
Neste momento, vivemos uma ruptura democrática no Brasil, assim como uma ofensiva do capitalismo neoliberal na América Latina. Direitos conquistados estão sendo postos em cheque pelo governo golpista de Temer e seus aliados no Congresso Nacional, Judiciário e mídia. Compreendemos que os interesses econômicos orquestram este cenário político. Quem paga esse pato é o povo, em especial as mulheres.
Neste 8 de março recordamos as mulheres que nos antecederam, resistiram e que inspiram a luta. Nesse percurso marcado por avanços e retrocessos, as mulheres estiveram juntas, organizadas e protagonizaram transformações. Por isso seguimos cantando: “companheira me ajuda que eu não posso andar só, eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor!”.
Denunciamos:
• A reforma da Previdência que aumenta os anos de contribuição e reduz o acesso a aposentadoria. O impacto é sobre os mais pobres. Para uma pequena parcela da sociedade, os privilégios continuam.
• O orçamento da União, que destina quase metade de tudo o que arrecada com impostos, para cumprir com os compromissos com o capital financeiro (banqueiros). É preciso estancar a sangria e destinar os recursos para os programas sociais e no desenvolvimento do país.
• A reforma trabalhista, ao retroceder as condições de trabalho.
• A PEC 300, que amplia a jornada de trabalho para até 10 horas diárias, reduz o aviso prévio para 30 dias e o prazo para reclamar na justiça do trabalho passa a ser de apenas 3 meses.
• O congelamento dos investimentos com educação e saúde.
• O desmonte das políticas públicas que aprofundam a desigualdade entre homens e mulheres e entre brancas e negras. Como exemplo a exclusão de 1,1 milhões de famílias do programa Bolsa Família, levando o Brasil novamente ao mapa da fome. Apenas 0,47% do PIB é investido no programa que atende 93% de mulheres inscritas, sendo 68% destas negras.
• A violência do capital e do golpismo, que piora as condições de vida das mulheres, especialmente as mulheres negras.
• Os ataques às politicas de educação, através de projetos conservadores, racistas e misóginos como o Escola sem Partido, e a ideologia de gênero.
• O Projeto de Emenda Constitucional 181 (apelidada PEC Cavalo de Troia), que retira o direito ao aborto inclusive nos casos em que é legal, ameniza o crime de estupro e pune as mulheres que forem violentadas a prosseguir com a gestação.
PROGRAMAÇÃO
8:30) Câmara de Vereadores
11:00) Concentração na Praça Dante Alighieri para caminhada ao INSS
15:00) Concentração em frente ao Fórum – “Performance Corpos – em memória das vítimas de feminicídio” com Scheila Xavier, Nil Cremer e Taís Leite
16:30) Praça Dante Alighieri – Atividades culturais
– Perfopalestra “Nem uma a menos” com Ternurinha
– Texto de Brecht, “A Infanticida Marie Farrar” apresentado por Tina Andrighetti
– Poesia de Conceição Evaristo com Angela Martins
– Dança do Ventre com Maria Eduarda Michelin
18:00) Encerramento do 8 de março de luta!
Assina: Fórum da Mulher Caxiense