Início das comemorações do Mês das Mulheres é marcado por palestras sobre combate à violência e autoestima no Sindicomerciários Caxias

Na noite desta sexta-feira, 7 de março, o Sindicomerciários Caxias iniciou as atividades de comemoração do MÊS DAS MULHERES.  Comerciárias e comerciários participaram das palestras AUTOESTIMA E LIMITES NOS RELACIONAMENTOS, com a Dra. Maria Marlene Faria, psicóloga, presidente da Apsiconor (Associação de Psicólogos do Nordeste do RS); e, DIREITOS DAS MULHERES, RESISTÊNCIA E COMBATE À VIOLÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO, com as Dras. Tamires Spigosso e Michele dos Santos Xavier, do atendimento especializado em vítimas de violência doméstica ou no mundo do trabalho, e problemas trabalhistas, do Sindicomerciários Caxias, iniciado este ano.

AUTOESTIMA E LIMITES NOS RELACIONAMENTOS

Abrindo a noite de palestras, Dra. Maria Marlene Faria, psicóloga, presidente da Apsiconor, apresentou os tipos autoestimas, e suas características. “Não somos livres para sermos nós mesmos! Devemos nos cuidar! A maioria das pessoas foi criada num ambiente, sociedade, escutando coisas que acabam por abalar nossa autoestima. Agressões psicológicas são constantes, e até mesmo físicas. Assim, acabamos reproduzindo este modelo de violência, ou sofrendo suas consequências. Precisamos buscara ajuda”! Para a psicóloga, “quando levamos informação, como em eventos como este, ajudamos a salvar vidas”! Marlene enfatizou aos presentes que “não podemos ter medo de quem nós somos, muito menos de pedir ajuda quando assim for preciso”.

DIREITOS DAS MULHERES, RESISTÊNCIA E COMBATE À VIOLÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO

As advogadas que atuam junto ao departamento jurídico do sindicato, Dra. Tamires Spigosso, advogada de direito social na área previdenciária, com perspectiva de gênero e raça; e, Dra. Michele dos Santos Xavier, advogada pós-graduada em direito das mulheres, trouxeram um apanhado de suas vivências e experiências como mulheres, de origem humilde, e o que foi preciso para a busca do crescimento, da formação, capacitação, para hoje poder estar ajudando outras mulheres a lutar contra a violência. Michele afirmou achar que “não precisamos de mais leis, mas que as que temos sejam respeitadas”! Apresentou a importância de leis e iniciativas do poder público que trabalhem inclusão social, possibilitando a criação de oportunidades aos menos favorecidos.

As advogadas do atendimento especializado em vítimas de violência doméstica ou no mundo do trabalho do Sindicomerciários Caxias, apresentaram os caminhos para que as mulheres possam efetivar as denúncias através de ferramentas disponíveis na internet, para que se possa, além de protegê-las, fazer um mapeamento correto dos casos. “Um dos maiores problemas enfrentados são as subnotificações”, relata Michele, para que se possa ter medidas efetivas, precisamos ter o registro, a quantificação, e, o principal, antecipar ações, pois normalmente quando se é denunciado a violência ocorre há muito tempo.

Dia Internacional das mulheres e a importância da luta pelo fim da escala 6×1

Antes de iniciar as palestras, Nilvo Riboldi Filho, presidente do Sindicomerciários Caxias e Ivanir Perrone, tesoureira, falaram de uma das maiores lutas no momento do movimento sindical e sua importância para as mulheres, o fim da escala 6×1. A luta pela redução da jornada de trabalho é uma das bandeiras históricas do movimento que luta pelos direitos das mulheres. As trabalhadoras sempre foram as mais atingidas pela exploração no trabalho, que juntando a dupla ou tripla jornada de trabalho, quando analisamos a vida doméstica, acabam por levá-las a exaustão. Neste 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres, a luta pelo fim da jornada 6×1 se soma a nossa luta! Por mais dignidade e qualidade de vida!

A vereadora e assistente social, Andressa Marques, a primeira mulher eleita vereadora pelo PCdoB em Caxias do Sul, prestigiou o evento, falando da importância da luta feminina e do momento que estamos vivenciando.

Dia Internacional da Mulher

O dia 8 de Março, quando se comemora o Dia Internacional das Mulheres marca o incidente ocorrido nos Estados Unidos quando em 25 de março de 1911 uma fábrica têxtil pegou fogo, causando a morte de 130 mulheres. Contudo, esse foi apenas um dos episódios que culminaram com a escolha desta data. Foram décadas de lutas no final do século 19, de organizações femininas, geralmente originadas nos movimentos operários de toda a Europa e Estado Unidos, lutando por condições dignas de trabalho, dignidade. Nesta época se trabalhava mais de 15 horas por dia, até mesmo as crianças. A luta estava apenas iniciando, muito antes da data definitiva ser de fato estabelecida.

Somente em 1977 o 8 de março foi definido como o Dia Internacional da Mulher, depois de décadas lutando, enfrentando as grandes guerras e as transformações sociais. Apesar das conquistas históricas das mulheres, avanços, ainda há muito pelo que lutar, por igualdade, respeito e, pelo fim de toda e qualquer forma de violência!

Percorremos muitas décadas de lutas para que hoje cada mulher possa ter seus direitos, como do voto, por exemplo, garantidos. E, ainda falta muita luta pela igualdade, pelo fim da violência, e muitas reivindicações.