Patrões dos setores atacadistas e de farmácias insistem em arrochar salários
Na manhã desta quarta-feira, 27 de julho, o Sindicomerciários Caxias esteve reunido com os representantes dos patrões do setor atacadista, atacadista de álcool e bebidas, atacado de madeira e de farmácias, dando continuidade a negociação da Campanha Salarial 2022, “Xô Inflação, a Resposta é a Nossa União”. O sindicato rejeitou a proposta que não corresponde a realidade do setor, que é um dos que mais cresce na região. A direção do Sindicomerciários se mantém firme em não aceitar parcelamento da reposição, nem índice abaixo da inflação do período. Os patrões ofereceram na primeira rodada de negociação parcelamento, com apenas 60% do INPC agora e o restante em janeiro, além de apenas 50% do índice no valor das bonificações pelo trabalho em domingos e feriados, e congelamento de triênios e quinquênios.
Segundo a vice-presidente do sindicato, Ivanir Perrone, “não aceitaremos nada que não seja no mínimo a reposição da inflação do período (INPC), como fechado com as outras categorias. Os trabalhadores merecem respeito e dignidade. O setor atacadista e de farmácia é um dos que mais cresceu em Caxias e região, mesmo na pandemia”, explica. “Durante todo o período da pandemia os trabalhadores, principalmente de farmácia, assim como outros, não pararam, mantendo o atendimento para toda a população, mesmo correndo riscos para si e suas famílias. O mínimo que se pede é respeito e consideração. Quando um comerciário e comerciária vão até o mercado comprar o leite para alimentar seus filhos não têm a opção de pagar somente 60%, pagam o valor que ali está, quase R$ 8 reais um litro”, desabafa.
Para a direção do Sindicomerciários Caxias, um setor que está em amplo crescimento, com investimentos pesados, como o atacadista, não pode deixar de oferecer um pagamento digno aos seus trabalhadores e trabalhadoras. As negociações irão continuar, e a proposta será levada aos trabalhadores, para que a categoria siga apoiando a luta da Campanha Salarial. “Além de ser preciso um salário digno e justo, é importante lembrar que quem compra nos mercados são os trabalhadores. Quem faz a roda da economia girar, principalmente neste setor, são as pessoas comuns, trabalhadores. Na atual situação, uma pessoa comum mal consegue comprar a comida, com os preços subindo todos os dias”, “todos sabemos aonde vai o dinheiro do trabalhador”, contextualiza Ivanir.