A ‘offshore’ de Guedes e a tragédia brasileira: MST faz escracho no Ministério da Economia
Manifestantes protestaram em Brasília, denunciando que o ministro enriquece enquanto a pobreza cresce no país
Por Redação RBA
A revelação que Paulo Guedes tem, desde 2014, uma conta offshore, o que deve levá-lo a dar explicações no Congresso, motivou também um “escracho” promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ativistas fizeram nesta quinta-feira (7) uma encenação no vão de entrada do Ministério da Economia. Cantando e espalhando notas falsas, o grupo fez referências ao caso conhecido como Pandora Papers.
“O escândalo surge no momento em que o Brasil passa por uma das mais severas crises sanitárias, econômicas e institucionais que esbarra em uma atuação inerte do Ministério da Economia, que não tem trabalhado para a melhoria da qualidade de vida da população”, afirmou Jailma Lopes, representante da juventude e integrante da coordenação nacional do MST. “Nem mesmo uma das principais promessas de Guedes, o tal crescimento em V, foi cumprido”, acrescentou.
Embora a abertura de conta no exterior não seja ilegal, desde que declarada, Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm sido questionados justamente por serem servidores públicos. O código de conduta da administração federal e uma lei de 2013 fazem restrições e apontam possível conflito de interesses no caso.
Realidade
“O Brasil tem hoje cerca de 20 milhões de pessoas que passam fome. São mais de 14 milhões de brasileiros e brasileiras sem emprego”, disse ainda a representante do MST na crítica a Paulo Guedes. “Uma realidade dura que atormenta as famílias diariamente, enquanto o ministro da Economia lucra milhões de dólares com investimentos em paraísos fiscais no exterior.”
Na parede do ministério, manifestantes escreveram as frases “Guedes no paraíso e o povo no inferno” e “Guedes lucra com a fome”. Na porta, eles cantaram refrões como “Tira o dinheiro e bota no estrangeiro, e a fome vai causando muita dor”. A agenda de Guedes não previa compromissos oficiais para hoje.