• 23 de novembro de 2024

8,9 milhões de postos de trabalho foram destruídos entre abril e junho

 8,9 milhões de postos de trabalho foram destruídos entre abril e junho

Estatísticas divulgadas nesta quinta-feira (6) pelo IBGE revelam um retrato sinistro do mercado de trabalho desemprego.

8,9 milhões de postos de trabalho foram destruídos no trimestre compreendido entre abril e junho.

A taxa de desemprego aberto subiu a 13,3%,o que significa perto de 13 milhões de trabalhadores e trabalhadoras procurando emprego.

Mas o número de desocupados compreende também a população considerada no desalento, que já desistiu de procurar emprego: teve alta de 19,1% e alcançou o recorde de 5,7 milhões.

população ocupada (83,3 milhões de pessoas) chegou ao menor nível da série histórica iniciada em 2012, com redução de 9,6% (8,9 milhões de pessoas a menos) em relação ao trimestre anterior e de 10,7% no confronto com o mesmo trimestre de 2019 (10,0 milhões de pessoas a menos). Ambas as quedas foram, mais uma vez, recordes da série.

nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) caiu 5,6 pontos percentuais frente ao trimestre anterior (53,5%), atingindo 47,9% no trimestre de abril a junho de 2020, o menor da série histórica. Frente a igual trimestre do ano anterior (54,6%), a queda foi de 6,7 p.p. 

taxa composta de subutilização (29,1%) foi recorde na série, com elevação de 4,8 p.p. em relação ao trimestre anterior (24,4%) e de 4,3 p.p. em relação a 2019 (24,8%). 

população subutilizada (31,9 milhões de pessoas) foi mais um recorde na série, crescendo 15,7% (4,3 milhões pessoas a mais) frente ao trimestre anterior (27,6 milhões) e 12,5% (3,5 milhões de pessoas a mais) frente a igual período de 2019 (28,4 milhões). 

população fora da força de trabalho (77,8 milhões de pessoas) atingiu o maior contingente da série e teve crescimento recorde em ambas as comparações: 15,6% (mais 10,5 milhões de pessoas) comparada ao trimestre anterior e 20,1% (mais 13,0 milhões de pessoas) frente a igual trimestre de 2019. 

percentual de desalentados em relação à população na força de trabalho ou desalentada (5,6%) foi recorde, com a alta de 1,2 ponto percentual tanto em relação ao trimestre anterior (4,3%) quanto a igual trimestre de 2019 (4,4%). 

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) caiu para 30,2 milhões, menor nível da série, 8,9% abaixo do trimestre anterior (menos 2,9 milhões) e 9,2% (menos 3,1 milhões) abaixo do mesmo trimestre de 2019. 

O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (8,6 milhões de pessoas) também chegou ao menor nível, com queda de 2,4 milhões de pessoas (-21,6%) frente ao trimestre anterior e 2,9 milhões (-24,9%) frente ao mesmo período de 2019. 

O número de trabalhadores por conta própria caiu para 21,7 milhões de pessoas, uma redução de 10,3% comparado tanto ao trimestre anterior quanto a igual período de 2019. 

A categoria dos trabalhadores domésticos (4,7 milhões de pessoas) chegou ao menor nível da série, com quedas recordes em ambas as comparações: -21,0% frente ao trimestre anterior e -24,6% frente a igual período de 2019. 

taxa de informalidade foi de 36,9% da população ocupada, ou 30,8 milhões de trabalhadores informais, a menor da série, iniciada em 2016. No trimestre anterior, a taxa havia sido 39,9% e no mesmo trimestre de 2019, 41,2%. 

O rendimento real habitual (R$ 2.500) aumentou 4,6% frente ao trimestre anterior e 6,9% frente ao mesmo trimestre de 2019. Já a massa de rendimento real habitual (R$ 203,5 bilhões de reais) recuou 5,6% (menos R$ 12,0 bilhões) em relação ao trimestre anterior e 4,4% em relação a 2019 (menos R$ 9,4 bilhões).  

Tal realidade não deve ser atribuída apenas à pandemia, pois mesmo antes da emergência do novo coronavírus a economia brasileira já ia de mal a pior, com mais de uma dezena de milhões de pessoas desempregadas, no desalento e subocupadas. A causa principal do problema é a política neoliberal, antipopular e antinacional dos governos Temer e Bolsonraro.

De todo modo, os fatos indicam a necessidade de prorrogar pelo menos até 31 de dezembro o auxílio emergencial de R$ 600,00, assim como o prazo do seguro desemprego. Além disto, seria preciso ampliar significativamente os investimentos públicos com o objetivo de estimular a criação de empregos e amenizar a recessão, fortalecer o SUS, a reversão da indústria e o complexo industrial da saúde. Mas não é este o caminho que o Ministério da Economia, prisioneiro do fundamentalismo neoliberal, pretende trilhar.

Com informações do IBGE

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