20 DE NOVEMBRO: BASTA DE RACISMO!
O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, faz referência à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011.
Zumbi foi escolhido como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que os afro-brasileiros reivindicam. Com isso, o 20 de novembro tornou-se a data para celebrar e relembrar a luta dos negros contra a opressão no Brasil. Por essa razão, o Treze de Maio, data em que a abolição da escravatura aconteceu, foi deixado de escanteio. O argumento utilizado é que o Treze de Maio representa uma “falsa liberdade”, uma vez que, após a Lei Áurea, os negros foram entregues à própria sorte e ficaram sem nenhum tipo de assistência do poder público.
BASTA DE RACISMO! De acordo com o Mapa da Violência (2016), morrem cerca de 30 mil jovens entre 15 e 29 anos por ano, sendo que 77% deles são negros, resultando na morte de um jovem negro a cada 23 minutos no país.
Mas por que isso acontece?
Entranhado na sociedade brasileira, o racismo “é um processo em que as condições de organização da sociedade reproduzem a subalternidade de determinados grupos”, como definiu o advogado e estudioso da teoria social Silvio Almeida no livro “O que É Racismo Estrutural?”. Significa que, perpetuando comportamentos e status sociais que remetem ao tempo da escravização dos negros, a sociedade atual mantém a população de pretos e pardos mais suscetível à pobreza e à violência, por exemplo.
Essa situação é ampliada e perpetuada pela natureza da sociedade capitalista que é baseada na exploração da mão de obra para obtenção do lucro acima de tudo, na exclusão, o que gera o aumento cada vez maior das desigualdades.
É por isso que ativistas e pesquisadores afirmam que, para que a luta contra a discriminação racial produza resultados consistentes, há um passo que precisa ser tomado: assumir que somos racistas – seja como indivíduos ou sociedade. E assumir que vivemos em um regime que oprime a todos, mas sobretudo os mais pobres, os negros, as mulheres, os indígenas e as minorias.
Em tempos em que discursos de ódio estão cada vez mais fortes e presentes no mundo, ser contra o preconceito não é suficiente para transformar este cenário. A partir do momento em que você reconhece o racismo como um risco para o bem-estar das pessoas, é necessário que essa consciência venha acompanhada de atitudes antirracistas.
- Procure informações
É preciso entender a realidade e a história de etnias diferente da sua. Olhar para quem está ao seu lado, pesquisar a história de culturas e povos, conversar e principalmente escutar pessoas que não têm a mesma etnia que você são exemplos simples, mas que fazem total diferença na hora de enxergar a diversidade ao seu redor. - Não seja indiferente ao racismo
Ajude uma pessoa que é vítima do racismo, vale dar um abraço ou apenas ficar próximo para ela saber que não está sozinha. Converse também com a pessoa que praticou o racismo ou procure alguém para denunciar a situação. O importante é não se calar. Racismo é crime, não piada! - Reconheça seus privilégios
Você sabe quais são os seus privilégios em relação às pessoas de etnias diferentes da sua? Para reconhecê-los, veja as dificuldades que negros, indígenas e amarelos sofrem e compare se essas situações acontecem com você. Assim, fica mais fácil de pensar em soluções práticas para diminuir o racismo. - Crie laços de solidariedade antirracista (indígenas, negros e amarelos)
Se você é de uma etnia oprimida e estereotipada, lembre-se de que outras raças também são alvo do racismo! Se você é amarela converse com pessoas negras e indígenas para entender como o racismo acontece na vida delas, por exemplo. Com essa troca, uma pode ajudar a outra, e criamos uma rede de solidariedade antirracista. - Incentive as pessoas a serem antirracistas
Se você é branco, não tenha vergonha ou medo de falar sobre racismo com outras pessoas brancas. Vale dar um toque para familiares, amigos e até desconhecidos. O importante é que a troca da informação nunca pare. Até porque, não adianta negros, indígenas e amarelos colocarem o lado deles, se as etnias que oprimem não estiverem abertas ao diálogo e dispostas a acabarem com o racismo!